A família Figueiredo terá tido origem em Guesto Ansur, nos tempos da Reconquista. No século XIII encontramos Soeiro Martins de Figueiredo, que viveu pelos anos de 1260, servindo a D. Afonso II, do qual descenderia Gonçalo Garcia de Figueiredo, fidalgo da Casa de D. Pedro I. Gonçalo Garcia de Figueiredo – que, segundo os genealogistas, teria sido aio do infante D. João , filho de D. Pedro e de D. Inês de Castro – recebeu, desde os anos 70 do século XIV, entre outras mercês, o castelo da Feira. Das notícias de que dispomos sobre a linhagem dos Figueiredos do reinado de D. João I, foram confiscados os bens da Coroa a Aires Gonçalves de Figueiredo, filho primogénito de Gonçalo de Figueiredo, no decurso da crise de 1383-85 . Reconciliando-se depois com o monarca, segundo os genealogistas, Aires Gonçalves de Figueiredo ficou «servindo nas guerras com Castela», obtendo novas doações e posteriormente a restituição de várias terras e senhorios. Aires Gonçalves foi ainda aio do infante D. Henrique . O filho primogénito de Aires Gonçalves de Figueiredo foi Gonçalo de Figueiredo, cuja descendência entrou para o serviço da Casa de Bragança, acabando por fazer parte da sua rede clientelar. Quanto ao filho segundo de Aires de Figueiredo, João Lourenço de Figueiredo, em 1469 era alcaide-mor da Covilhã, altura em que recebeu, por mercê de D. Afonso V, um privilégio para os seus caseiros . Ao mesmo tempo que encontramos referências a vários elementos da linhagem que exerceram cargos militares, existem indicações de que alguns membros da família desempenharam também ofícios palatinos. Refira-se, por exemplo, o caso de Gomes de Figueiredo, que foi comendador na Ordem de Santiago e «muito privado delRey D. Afonso V», provavelmente em consequência do exercício dos cargos palatinos de guarda-roupa, armador-mor e camareiro. Em 1481 terá exercido o ofício de «contador de Odiana» e depois foi «Provedor de Entre o Tejo e Odiana» . Do filho secundogénito de João Lourenço de Figueiredo, Henrique de Figueiredo, o qual exerceu cargo de escrivão da fazenda de D. Afonso V e de D. João II e dele descende o ramo desta linhagem. Segundo Manso de Lima, em 1476 Henrique de Figueiredo esteve nas Côrtes de Lisboa, foi embaixador e em 1490 foi encarregue das festa de casamento do Príncipe D. Afonso. O filho primogénito de Henrique de Figueiredo, presumivelmente nascido no último quartel de Quatrocentos, foi Rui de Figueiredo, o “fundador” deste ramos da linhagem, que herdou o cargo de escrivão da Fazenda. Rui de Figueiredo é o produtor de um dos documentos mais antigos que se conservam no Arquivo da Casa de Belmonte. Por esta razão consideramos a data deste documento - 1499 - como uma data fundadora do fundo da Casa de Belmonte. Assumimos igualmente 1655 como data extrema, por ser a data do casamento de um dos descendentes de Rui de Figueiredo com uma senhora da linhagem dos Cabrais, que viria depois a revelar-se fundamental na constiuição da Casa e do nome, no século XVIII.